Suspensão
de cirurgias eletivas, demissão de médicos e fechamento de leitos em hospitais.
Essas são algumas das dificuldades na saúde pública estadual, elencadas em
relatório produzido pelo Conselho Regional de Medicina (Cremepe) e pelo
Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe). Os dados foram divulgados, na
última segunda-feira (15), pelo líder da Oposição, deputado Sílvio Costa
Filho (PTB), em discurso no Grande Expediente.
Na
sequência, o líder do Governo, deputado Waldemar Borges (PSB), respondeu
apontando o subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS) como o principal
motivo dos problemas enfrentados pelo Estado.
De
acordo com o levantamento do Cremepe-Simepe, somente neste ano, 60% das
cirurgias eletivas foram suspensas por falta de material cirúrgico e
antibióticos. Também houve demissões de médicos nas Unidades de Pronto
Atendimento (UPAs) da Imbiribeira, do Cabo de Santo Agostinho e de Sotave
(Jaboatão dos Guararapes), com previsão de novos desligamentos na UPA de
Torrões. “As UPAs Especialidades de Carpina e do Arruda estão paralisadas”,
acrescentou Costa Filho. “Há muito tempo, os médicos não passavam por tanta
dificuldade, cobrindo plantões para além do limite da carga horária de
trabalho.”
Outros
dados dão conta do fechamento de duas das três UTIs do Hospital Getúlio Vargas,
da UTI coronariana do Hospital Agamenon Magalhães e da UTI pediátrica do
Hospital Maria Lucinda. No Hospital Miguel Arraes, foram encerrados nove leitos
de UTIs, 30 leitos de ortopedia e a enfermaria de cirurgia-geral, e ainda houve
redução no plantão de radiologistas pela metade. Já o Hospital Barão de Lucena
perdeu 15 dos 60 leitos de clínica médica, outros cinco de clínica cirúrgica,
dez de UTI (metade do total) e oito dos 12 de pediatria.
O
petebista também citou o caso do Instituto Materno Infantil Professor Fernando
Figueira (Imip), no qual, de acordo com ele, teriam sido fechados o Serviço de
Reprodução Humana e o espaço conhecido como “bloquinho”, além de estar com a
escala de emergência pediátrica desfalcada em mais de 50% e os anestesistas sem
receber há cerca de cinco meses. “Não viemos fazer proselitismo nem demagogia.
Queremos que o Governo apresente à Casa a realidade da saúde pública do Estado
para pensarmos juntos em soluções”, completou Costa Filho.
Nos
apartes, o líder da Oposição recebeu apoio de integrantes da bancada. “A
estrutura dessas instituições permite ter esses dados com muita precisão e
seriedade. Esse relatório merece toda a nossa atenção”, pontuou Teresa
Leitão (PT). “Vemos, mais uma vez, a falta de prioridade do Governo
Estadual, que gasta com empreiteiras, publicidade e comissionados, mas não faz
o devido gerenciamento político da crise”, criticou Edilson Silva (PSOL).
Odacy Amorim (PT) defendeu a ampliação da discussão da saúde pública. “É
preciso haver um pacto entre Oposição e Governo”, disse.
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