A
presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (30), na abertura de
reunião com governadores de todos estados, que a redução da inflação é a
condição para um novo ciclo de expansão da economia. Ela defendeu as medidas
adotadas pelo governo para controle de gastos e alertou que projetos em
tramitação no Congresso vão gerar mais despesas, se aprovados, e podem afetar
os estados.
Como
instrumento para conter a inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom)
do Banco Central elevou nesta terça-feira (30) a taxa de juros básicos da
economia de 13,75% para 14,25% ao ano. Foi a sétima elevação consecutiva da
taxa, que atingiu o maior patamar desde julho de 2006, quando estava em 14,75%
ao ano.
“O
primeiro passo desse ciclo [de expansão] é garantir o controle da inflação. A
inflação corrói a renda dos trabalhadores e o lucro das empresas. E promover o
reequilíbrio fiscal (…) Essa redução da inflação vai criar as bases para um
novo ciclo de expansão sustentável para o crédito”, afirmou a presidente,
sentada à ponta de uma mesa retangular, no Palácio da Alvorada, com
governadores e ministros dos dois lados.
Dilma
pediu ajuda dos governadores contra propostas em tramitação no Congresso que,
segundo ela, afetarão o governo federal e também os estados, as chamadas
“pautas-bomba”.
“Sabemos
que a estabilidade econômica é muito importante. E é uma responsabilidade de
todos. A União tem que arcar com esse processo e assumir suas necessidades e
condições. E, ao mesmo tempo, consideramos que, como algumas medidas afetam os
estados e o país, os governadores precisam participar. Tenho alguns projetos
legislativos de grave impacto. Em algumas situações, assumi o grave impacto no
dinheiro público vetando. Todas essas medidas terão impacto para os estados,
sem sombra de dúvida”, declarou.
Durante
a reunião, Dilma enumerou diversos fatores externos como agravantes para a
crise econômica do país. Segundo a presidente, houve um “colapso” no preço das
comodities, uma “grande desvalorização” na moeda brasileira. Ela lembrou ainda
que a crise internacional “continua não esmorecendo.”
“Iniciamos
nossas campanhas numa conjuntura mais favorável do que quando tomamos posse.
Nós sabemos que a partir da segunda metade de 2014, houve um fato importante no
cenário internacional que foi o colapso no preço das commodities. Esse colapso
foi acompanhado da desvalorização da nossa moeda”, afirmou Dilma aos
governadores.
“Além
disso a crise internacional continua não esmorecendo. Agora, é a vez da China.
A consequência de tudo isso foi uma forte queda nas arrecadações. Nós
experimentamos uma significativa redução das receitas e acredito que alguns
estados também tem tido um desempenho similar nas suas receitas. Fomos
obrigados a promover reequilíbrio no nosso orçamento”, continuou a presidente.
Apesar
de apontar o cenário desfavorável, Dilma disse que a crise internacional “não é
desculpa para ninguém.”
“É
fato que nós não podemos nos dar o luxo de não ver a realidade com olhos muito
claros. Como governantes, não podemos nos dar ao luxo de ignorar a realidade”,
complementou. Do G1.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será analisado e publicado