SIGA

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Viva o São João! Mas não tão vivo...


Virou mote justificar a falta de grandes atrações no São João de Arcoverde com o mote de “valorização dos artistas da terra”. É bom esclarecer que antes, a festa sempre teve o espaço dos valores da terra no palco principal. Wagner Carvalho, Paulinho Leite, Mazinho de Arcoverde, Cordel do Fogo Encantado e depois Lirinha em solo e, algo que não tem neste ano no palco principal da festa, o Samba de Coco Raízes de Arcoverde e o Trupé. Isso sem contar os polos do forró pé de serra, das artes, alto do Cruzeiro, bar da poesia, que sempre abriram, aí em sua grande maioria, o palco para os artistas da terra. 

Portanto, o mote de que a prefeitura agora "está voltando os olhos para os valores da terra" para justificar a não vinda de grandes atrações que empolgam a juventude não cola muito para quem conhece o São João de Arcoverde. Além do mais, vale salientar que na gestão do ex-prefeito Zeca Cavalcanti o município não recebia mais de R$ 500 mil do Governo do Estado e, mesmo com menos recursos, não deixava de encher a grade dos festejos juninos com os valores da terra, inclusive o samba de coco no palco principal, e as grandes atrações. Hoje a prefeitura recebe R$ 800 mil. 

Não vamos entrar no mérito dos gostos e da qualidade das tais atrações, mas não podemos ficar na balela de um governo que não consegue construir uma marca própria e vive de fazer obras já deixadas, repetir modelos sem nenhuma criatividade e encobrir-se na crise para justificar uma grade junina abaixo do padrão de outros anos que fez de Arcoverde um destino dos turistas de todo o Estado. A incompetência organizacional foi tamanha que a Prefeitura conseguiu até mesmo espantar os grandes patrocinadores do evento, a exemplo das distribuidoras de bebidas. Mas, claro! É a crise. 

Só pra fechar, uma moradora do Alto do Cruzeiro que costumava alugar um prédio com 4 apartamentos, além de outras 3 casas, este ano não alugou nenhum. E em determinado posto de combustível a queda nas vendas e utilização neste São João foi maior que 30%. Como diria o jornalista Muriê Moraes, é realmente um São João para turista ver, mas de longe, porque ele não veio com a mesma força de outros anos e os poucos que vieram pareciam que já tinham visto o mesmo filme, várias vezes e, agora, cada vez mais sem graça. Mas viva nossos artistas, nosso samba de coco tão esquecido, nossa arte, nossa cultura, sempre maior que tudo.

Valores que ninguém questiona, apesar de falarem que é proibido criticar; e se criticar é proibido ir pra festa; e se for pra festa então não pode falar. Como, graças a Deus, e não a nenhuma "endeusada" ainda vivemos numa democracia, apesar de alguns não quererem, não podemos deixar de falar, principalmente, quando tudo isso afeta um patrimônio que o povo de Arcoverde construiu ao longo de mais de 12 anos e que em 3 vem sendo desfigurado. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário será analisado e publicado